O tempo não pára,
o tempo não passa,
um copo de lustro que ilustra e ilude
somos nós que passamos
e ternamente jovens passamos
se formos os mesmos sinceros
viveremos
como os ancestrais dos nossos pais
ou como os filhos dos bisnetos,
tanto faz o tempo
e nada
faz
tanto tempo
que nem vemos
o carma dissolvendo
se na água ao menos
o som da gota
que resiste ao silêncio
lembrar
um intervalo
e o tempo não é válido
não existe
é utópico, necrófilo,
é passado e futuro,
não existe
é a tensão e o foco oco,
não existe
relatividade e ansiedade,
não existe
me perdoem oh Sumérios,
oh pálpebras de sonos perdidos,
oh ácidos de estômagos,
mas é preciso abrir os olhos
para a transformação da carne,
para a transmigração dos ossos,
o tempo pára e morde o agora
mas o agora existe e não se preocupa
o agora é sua alma eterna
e se for sincera jamais morrerá
porque não pára, não, não, não, não, não, não, passa...
Ecoam sinos e ventos
e não há tempo pra entender o que estou dizendo?
Questão da frágil sintonia desses tempos
mas eu tento,
e nem fazem ideia do quanto eu tento!
https://www.youtube.com/watch?v=UqCEPytSFqU