Malabares para os ares que hoje é tempo de voar
sem tóxicos, sem meios plásticos
nossas asas sobrevoam imensos lares
A cidade queima os tetos e as rugas de tantos olhares
um perfume me entorpece em poemas
que há tanto tempo dedos não me movem
o lápis solta as frases
como a sede em largos goles
primavera desabrocha em novas flores
Tenho apenas esse humilde rico e pobre
que me arranca em outras realidades
e me invade, me comove, deságua, dissolve
as mais belas cores de seus olhos
Um poema, um milagre, beijos, arte
ansiedade de beijar-te
cuidar de seus medos
e voar pra sempre sem culpar-se
te provar o quanto é belo e verdadeiro
o sentimento que nasce em mim
Foto por Roger H. Sassaki
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