Sob a consciência de nossos corpos nus,
Éramos somente animais,
Não fazíamos idéia da intimidade a que chegávamos,
Mas já era tarde, já não havia espaço,
Entre a razão, o pudor e o instinto,
E a essência de nossa natureza falou mais alto...
Então compartilhamos nossos ouvidos, sentidos, olfatos, segredos,
O gosto de um espinho encravado em carne viva e suada,
Inflamando a dor suave daquele carinho,
Infinito desejo de ser um só corpo,
Não pertencíamos a ninguém e a lugar nenhum,
Nem mesmo a mais distante das galáxias imaginadas,
Éramos tudo e ao mesmo tempo nada,
No mesmo instante em que o tempo se apagava...