terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um Inverno Dentro da Primavera

O vento movimenta as plantas que dançam
na música de um precioso silêncio.
Passos humanos em diversas direções
distantes de suas dimensões.
Pela sensibilidade de um verso perdido
dissolve a lágrima de um velho como um abraço.
Palavras atravessam o concreto e o tempo
pela humilde sabedoria de um suspiro.
Vento gelado dessa extensa natureza que respira.
Gotas do orvalho molhando artelhos tenros corações que meditam.
O verdadeiro tempo é a incrível condição da sutileza.
A capacidade de tocar um coração com um verso,
de mudar a direção dos olhos com um gesto.

Texturas que constroem novos sentidos.
Pela cegueira eterna dos novos tempos.
Surdez alienante de ecos extremos.
Ilusões pregadas em novos templos
qualquer coisa a menos que o bom senso.
Fé diluída em bules de corações sangrentos.

Se podes ver enxerga, repara, reflita.
Na poesia que há em cada grão da vida.
Caindo na ampulheta que eternamente gira.
Se podes ver ouça com desvelo, absorva, entenda e reflita.
Quanta cegueira há em todos os sentidos,
pelo excesso da contemplação superficial de cores fétidas.