quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não É Um Amigo Precioso?

O tempo não pára, 
o tempo não passa, 
um copo de lustro que ilustra e ilude 
somos nós que passamos
e ternamente jovens passamos
se formos os mesmos sinceros 
viveremos
como os ancestrais dos nossos pais
ou como os filhos dos bisnetos, 
tanto faz o tempo 
e nada 
faz 
tanto tempo
que nem vemos 
o carma dissolvendo
se na água ao menos
o som da gota
que resiste ao silêncio
lembrar
um intervalo
e o tempo não é válido
não existe
é utópico, necrófilo,
é passado e futuro,
não existe
é a tensão e o foco oco,
não existe
relatividade e ansiedade,
não existe
me perdoem oh Sumérios,
oh pálpebras de sonos perdidos,
oh ácidos de estômagos,
mas é preciso abrir os olhos
para a transformação da carne,
para a transmigração dos ossos,
o tempo pára e morde o agora
mas o agora existe e não se preocupa
o agora é sua alma eterna
e se for sincera jamais morrerá
porque não pára, não, não, não, não, não, não, passa...
Ecoam sinos e ventos
e não há tempo pra entender o que estou dizendo?
Questão da frágil sintonia desses tempos
mas eu tento,
e nem fazem ideia do quanto eu tento!

https://www.youtube.com/watch?v=UqCEPytSFqU



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ecos De Uma Vitória

Hoje acordarão todos vitoriosos
todos aqueles que se derem conta do sagrado ar que respiram

do quente pulsar do sangue jorrando intenso nas veias
da eletricidade do amor que transcende os neurônios
dos milhões de trombetas que anunciam a manhã
no cantar dos pássaros, no rugir do estômago,
do pesar do tempo que sequer nos obriga a viver...

Hoje abro a janela e te convido a dar a cor
a acordar para dentro de quem realmente és
te chamo através dos ecos deste vasto céu

a abraçar cada nuvem ao redor como fosse um anjo
a ter a leveza e a gratidão pela tempestade
tanto quanto uma tarde de um brando sol
e a experimentar o que é realmente a vida colhendo o dia


E se ao cair da noite ainda encontrar maior gratidão
a dança dos dias te transformará então em poesia
como uma foto, um quadro ou um bom amuleto

sutil em seu leito a gravidade da lua
transformará em alegria todo o seu cansaço

e ao ouvir os ecos de sua humilde Vitória
ter a satisfação de sua missão cumprida



sexta-feira, 8 de março de 2013

Cinzas do ego jogadas ao vento (Sinfonia de silêncio)

Meus sonhos são cinzas do ego jogadas ao vento
diante do amor que sinto por tudo e todos ao mesmo tempo
como não se apaixonar
pela mágica matriz do ar que entra e sai de nossos pulmões?

Às vezes vemos o medo rindo da nossa cara lá embaixo,
outras vezes somos nós mesmos
que amarramos nossos nós por lá...


Válidos são os laços em que vamos aprendendo
na leveza dos que se firmam sem nem precisar forçar

Mas às vezes o cansaço é tão alto e tão caro
que o bom humor se isola violentando a paciência,
não há fórmulas, lógica, ou equações que florescam,
os sonhos de quem não sabe, ou não consegue amar

O amor é a vida e a vida é a arte
brincar de esperança até que chegue a morte
perder todo peso que o ego leva a sério
como montar um lego nas peças da eternidade


Meus desejos são tão ingênuos quanto os de uma criança
e eu sou mimado sim, até que eu entenda o vento
não há como não se apaixonar
pela mágica sinfonia que é tocada todo dia,
assim que nasce o sol ou dorme a lua,
assim que o coração se acalma à cama nua!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Lua e Solidão

Essa noite o sol adormeceu diferente com uma beleza há tempos não demonstrada fez com que a lua acordasse tão cheia de alegria ao sentir-se amada E eu me esforcei na certeza de saber se não era em meus olhos que a beleza fez sua morada em um sentimento ilusório Mas a minha dor de cabeça de tanto ares condicionados acabou sendo a referência de que eu não estava enganado Nunca vi tal lua tão tímida se escondendo em nuvens tão negras Parecia até que ela sabia Do esplendor de sua beleza Mas o meu cansaço e tristeza de tanto ares intoxicados acabou sendo a referência de que eu não estava enganado



Créditos da Imagem: Johnny Nogueira dos Santos


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Brailes libram sobre a madrugada

O corpo é a manhã do desespero
em claro noite o espelho lua
olhar desviando a encravada espada
verbo vil navalha da selva
espírito soprado boca adentro
esquinas jogadas vento a fora
decompõe sabedoria ou equilibra
na nudez da ampulheta assim quebrada
sangrando em paz suas janelas abertas
a inóspita razão que exila confusa
harmônico coração que o ruído concentra
a luz que ofusca o cinza em sonho
delírio eterno que a morte acorda
nó desatado que o amor transborda
teimosia transmutada em paciência oculta
simbologia sublime em cores surdas
para decifrar devora com lealdade
a imagem que o silêncio profundo transmite
o silêncio que tais imagens emitem
se couber na pobreza que a razão imita
na grande náusea que salva agora a sua perfeição
o corpo é mera lama das galáxias
um copo meio vazio quase invisível
vidro de areia suja e sagrada
paraíso que o ego enfim profana
limite estético traumático karma
e quando puder pagar tal densa sentença
que possas vislumbrar também
a imensa lava deste frágil iceberg