quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Olímpicas Esperanças

A última esperança
é a primeira certeza
de que enquanto houver a vida
também haverá beleza

Homens que constroem traços e esboços,
rascunhos amarelados
que dissolvem-se no tempo
constroem laços que transpassam
estéticas, artefatos, palavras,
prédios cada vez mais altos,
mas ainda nada tão espantoso
quanto a arquitetura de uma borboleta
quanto a liberdade de uma libélula

A razão às vezes também é um ópio
que nos cega os olhares mais óbvios
olhos que podem ouvir estrelas
olhos que degustam doces e salgados
sorrisos e lágrimas, dores amargas,
olhos que sonham que brotam milagres
nos sinais quase imperceptíveis em anjos
de vozes suaves

Brilha azul mente sem lembranças
mente à mente que completamente senta
que assenta e sente o rítmo improvisado
da dança em que o erro é parte integrante
dança dos dias que nos movem em tangos
notas dos ventos que nos cantam encantos
enquanto novas dúvidas caem pelos cantos
e as velhas dívidas de amor se desfazem

Virgem que bebe nas águas da fonte
onde incrédula a certeza nasce
e incertos dançamos no olimpo
dos nossos sonhos mortos
mas ainda assim jamais desperdiçados

2 comentários:

  1. Nossa Jhonny! Te admiro amigo! Te admiro, por ser assim, tão inteligente e sábio. Como descreveu tão bem detalhes da vida humana, a esperança que precisamos sempre, pra nos sentir bem e seguros... A vulnerabilidade de nossas vidas, esse "poder" de criar e sermos criaturas e jamais superarmos o CRIADOR de todas as coisas. Os sentimentos, nossa força, nossa fraqueza...Muito bom esse texto. Parabéns!

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  2. Sou obrigada a plagiar a Ná: "Nossa Jhonny! Te admiro..."

    É fato, os homens não fizeram e talvez nunca façam:
    "nada tão espantoso
    quanto a arquitetura de uma borboleta
    quanto a liberdade de uma libélula"

    E a razão tem o habito de virar um tipo de ópio, por isso não confio nela rsrsr

    Lindas palavras... talvez a poesia seja ainda a maior conquista humana!

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