quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Redes, corações sociais e mentes

Cada coração é um universo em desencanto
Desenlaçe. Descoberta que desabrocha.
Cada dia tanta nova ideia nasce
da semente altamente abstrata
das mentiras que confundem nossas mentes


Cada ciclo evolue a descoberta interna
e liberta a mente de ancorar o coração em marcas
das ilusões e desilusões recorrentes
da preguiça que sacrifica em desprezo meras palavras
da preguiça que nos faz buscar por evoluções mastigadas


A terra digere a semente em seu tempo relativo
longe das exigências capitalistamente tecnológicas
em um tempo em que não há mais tempo para Shelley
lubrificar a sensibilidade etérea
que há na poesia da alma
em um tempo onde a vez dos fracos
é oprimida pela urgência dos fatos


O abstrato cega aqueles que já não enxergavam nada
além do ego confuso com a maturidade exigida
pela terra transparente
que nos envolve em minérios desperdiçados
a cada oportunidade de absorver
a música das estrelas
de dançar o ritmo sutil que nos convida um novo dia


Até que falte a luz ou descarregue a bateria
até que um novo rumo faça sua vida
naturalmente tomar outro caminho
consolidar os amadurecimentos de outrora
meditar em novas possibilidades
de superar outros limites
uma forma de, ao olhar para dentro,
transformar o outro


A rede é o vício que neutraliza a terra
desgarra a expectativa da ansiedade pela novidade
suga o olhar para a mera atenção do movimento
como uma maré que afoga o ânimo pelo fôlego
desaprendemos o que há muito já era esquecido
redemoinho em que alienamos os nossos sonhos


Transcender é estar no olho do furacão
e ainda assim poder ver o outro lado
não ser dependente dos próprios vícios, nem alheio
ter a humildade de aprender apenas observando
e absorver o minério 
que as maiores esponjas sementes
ainda buscam confusas pela alegoria dos tempos

2 comentários:

  1. Transcender!
    Ter a capacidade de amadurecer em meio a esse dilúvio de informação e ter a ciência de que as redes são apenas um trampolim para evoluírmos, e não uma maré devastadora de tudo aquilo que temos como essência.
    Um abraço.

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  2. Obrigado pelo comentário srta. Analina Arouche. Pelo visto entendeu bem o recado. Somos iguais, mas somos diferentes. Às vezes parece que a individualidade e a subjetividade das pessoas caminha para uma alienação. Por um lado as pessoas buscam pela novidade das atualizações, por outro, isso não passa de informações "encaminhadas". O processo de reflexão é cada vez mais raro, obsoleto. Poucos se arriscam meditar em coisas tão simples e explícitas. Poucos se arriscam a trilhar o caminho que não está totalmente vinculado ao grande fluxo da maré. Mas serão estes poucos os que transformarão o vasto mundo da rede.

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