segunda-feira, 30 de abril de 2012
Da Natureza Que Gentilmente Chora
Eu ouço o mantra do manto da chuva em seus olhos
Derreto minha alma e alimento seu espírito com a esperança
Porque em breve seremos apenas adubo dessa vasta consciência
Que nos dissolve serena a cada solo de guitarra
Nossa dissonância é apenas a sombra do medo
Que percorre nossos sonhos enquanto não conhecemos
Os verdadeiros motivos que fecharam nossos olhos
Há um frio que espreita a fresta da janela
E atravessa o frágil tecido de nossos ossos
E mesmo com todo esse amor que esquenta
Há o cansaço dos músculos que adormecem tensos
Dos neurônios que machucam os punhos em pontas de faca
Para transcender é preciso ir ao extremo das profundezas de si mesmo
Dissolver medos tão gigantescos quanto dragões de sete cabeças
Descansar da pressa da urgência extrema das paixões
Deixar florescer a sua evolução intrínseca sem agrotóxicos
Sem a intenção hedonista de drogas que levam abaixo
A capacidade de se chegar num estado de plenitude com o sagrado esforço
E poder dispersar o poder com a relatividade de infinitas possibilidades
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Âncora Pluma
É preciso se permitir ficar triste de vez em quando
se for preciso até se aprofundar na loucura da tristeza
mas saber que a felicidade é um tipo de amor leve
que sempre retornará para a superfície do que não é supérfluo
o conforto é um grande aliado de vez em quando
mas quase sempre é uma forma de nos acorrentar em nós mesmos
é preciso ter paixão pela vida, paixão pelo amor,
e saber valorizar o cinza da tristeza
uma fotografia sem cinza há pouca harmonia com a vida
nem se compara a intensa dissonância de um verso torto
um pouco de controle não faz mal
mas o excesso cansa pelo erro
de acreditar que nada disso também vai passar
a dor da morte de alguém querido também
se transformará em doce âncora pluma
o vento dissolvendo as rochas em branca areia
o amargo conhaque dissolvendo más lembranças
é preciso não temer o mal como fosse um inimigo
dar vazão ao instinto do fe e do menino
para não andar em círculos na pressa
de resolver tudo como um filho tão mimado
perdendo o equilíbrio inconstante da natureza
lotería de insensatos caminhos múltiplos
é preciso abstrair absolutismos
um pouco de motivo um pouco de arte inútil
distanciar o sonho do produto
fazer valer o contínuo aprendizado
navegar um pouco impreciso é preciso
para deixar a terra mudar o lugar
e não mais se acomodar no conforto que só engorda
não mais ter medo de arriscar doer a alma
deixar o vazio do que é óbvio e vil
e não mais buscar apenas a estabilidade do que é seguro
pois amanhã pode ser também o seu dia
de viver para sempre, ou morrer apenas...
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Sexta-Feira 13 de Janeiro
Era sexta-feira 13, lua cheia.
Um calor quase insuportável soprava o mormaço
cozinhando os corpos que suavam.
Do outro lado a sensação psicológica de refresco.
A sede incessante pela água corrente, gelada e salobra.
Lavar a doce alma em cachoeira de águas salgadas.
Cicatrizar de vez todas as frestas das feridas de um longo ano.
Emancipar todas as virtudes lapidadas com o esmero de um anjo.
Nunca antes tiveram tanto tempo um para o outro.
Nunca antes tiveram tanta ansiedade pelo futuro.
Mas o presente dessa vez era um simples e grandioso presente.
E se apresentava com todo seu esplendor de cores e vida.
Da vida que acontece o ano todo longe de nossos olhos.
Natureza que se esconde em nossa busca
pela suposta e ignóbil estabilidade financeira.
Velhas páginas que viravam pelo avesso,
para verem que a cada ano juntos há um novo começo.
As ondas repetindo os seus versos com novos cheiros.
Na frequência de um belo amor que embarca
palavras navegantes em novas notas e rotas de nobreza.
Um calor quase insuportável soprava o mormaço
cozinhando os corpos que suavam.
Do outro lado a sensação psicológica de refresco.
A sede incessante pela água corrente, gelada e salobra.
Lavar a doce alma em cachoeira de águas salgadas.
Cicatrizar de vez todas as frestas das feridas de um longo ano.
Emancipar todas as virtudes lapidadas com o esmero de um anjo.
Nunca antes tiveram tanto tempo um para o outro.
Nunca antes tiveram tanta ansiedade pelo futuro.
Mas o presente dessa vez era um simples e grandioso presente.
E se apresentava com todo seu esplendor de cores e vida.
Da vida que acontece o ano todo longe de nossos olhos.
Natureza que se esconde em nossa busca
pela suposta e ignóbil estabilidade financeira.
Velhas páginas que viravam pelo avesso,
para verem que a cada ano juntos há um novo começo.
As ondas repetindo os seus versos com novos cheiros.
Na frequência de um belo amor que embarca
palavras navegantes em novas notas e rotas de nobreza.
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