Era sexta-feira 13, lua cheia.
Um calor quase insuportável soprava o mormaço
cozinhando os corpos que suavam.
Do outro lado a sensação psicológica de refresco.
A sede incessante pela água corrente, gelada e salobra.
Lavar a doce alma em cachoeira de águas salgadas.
Cicatrizar de vez todas as frestas das feridas de um longo ano.
Emancipar todas as virtudes lapidadas com o esmero de um anjo.
Nunca antes tiveram tanto tempo um para o outro.
Nunca antes tiveram tanta ansiedade pelo futuro.
Mas o presente dessa vez era um simples e grandioso presente.
E se apresentava com todo seu esplendor de cores e vida.
Da vida que acontece o ano todo longe de nossos olhos.
Natureza que se esconde em nossa busca
pela suposta e ignóbil estabilidade financeira.
Velhas páginas que viravam pelo avesso,
para verem que a cada ano juntos há um novo começo.
As ondas repetindo os seus versos com novos cheiros.
Na frequência de um belo amor que embarca
palavras navegantes em novas notas e rotas de nobreza.
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